A estrutura do funaná (a composição) não é muito diferente da estrutura de outros géneros musicais em Cabo Verde. A música estrutura-se num conjunto de estrofes principais que se alternam com um refrão. Só que, intercalando as estrofes e os refrãos existe um solo executado na gaita.
O acompanhamento é executado com a mão esquerda na gaita, fornecendo os baixos e os acordes.
O modelo rítmico é executado no ferrinho.
A linha melódica do funaná varia muito ao longo da composição, com muitas séries de notas ascendentes e descendentes.
As letras do funaná geralmente abordam situações do quotidiano, fazendo menções às amarguras e felicidades do dia-a-dia, mas também críticas sociais, reflexões sobre a vida e situações idílicas.

Estrutura do Funaná
Uma característica das letras do funaná tradicional é que a poesia não é feita de um modo directo, mas usa frequentemente figuras de estilo, provérbios e ditados populares.
Isso exige um bom conhecimento da linguagem e cultura populares.
A prevalência do “estilo Katchás” na estrutura do funaná
A nível de instrumentos utilizados, na sua forma mais tradicional o funaná emprega apenas a gaita e o ferrinho.
Com a modernização do funaná outros instrumentos são utilizados. A rítmica dada pelo ferrinho é executada numa bateria. O baixo/acompanhamento executado pela gaita é substituído pela viola baixo e a guitarra eléctrica. A melodia executada pela gaita é substituída pelo sintetizador.
A nível de técnicas musicais não se registam grandes inovações ao «estilo Katchás». Talvez apenas no que diz respeito à orquestração, devido às inovações tecnológicas e os milagres que um computador faz no campo músical.
Não obstante o potencial das novas tecnologias, a partir dos fins dos anos 90 assiste-se a um retorno às raízes, onde os conjuntos preferem interpretações com gaita e ferrinho, adicionando por vezes a viola baixo, uma bateria e/ou uma guitarra.
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